Vem aí: A Reforma Ortográfica


A reforma ortográfica da língua portuguesa será finalmente oficializada no Brasil em 1º de janeiro de 2009, com a assinatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Uma comissão do MEC defende que a reforma comece a ser praticada desde então, com os livros didáticos distribuídos no Brasil já contando com as alterações. Como todos os livros, provas e concursos distribuídos pelo governo devem estar alinhados às novas regras até 31 de dezembro de 2011, neste intervalo as duas normas estariam em vigor.
A mudança atingirá quase 250 milhões de pessoas, espalhadas pelos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP): Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, e Timor Leste. Estudos calcularam que os portugueses sofrerão mais mudanças que brasileiros: enquanto teremos que mudar 0,43% das palavras, o percentual por lá chega a 1,42%.

Apesar de todas as mudanças provarem que o português é de fato um idioma universal, a ONU ainda não o reconhece como língua oficial: apenas o árabe, espanhol, francês, inglês, mandarim e o russo fazem parte deste rol.

O atraso na implementação

Assinado desde 1990, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, nome oficial da reforma, não conseguiu implementar as mudanças até 1994 como havia estabelecido. Caso os sete países (Timor Leste ainda não era independente) tivessem ratificado o compromisso, a regra entraria em vigor imediatamente. Dez anos se passaram e, em 2004, uma modificação foi inserida: bastava que três das oito nações da Comunidade assinassem. Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, em 2006, assinaram e a partir daí já seria legalmente possível exigir que o acordo fosse cumprido. O Brasil, entretanto, optou por aguardar pelo “SIM” de Portugal, temeroso que a ausência do país enfraquecesse o ato. Em 21 de julho de 2008, Portugal finalmente aprovou a reforma, apesar dos protestos de alguns intelectuais e estudiosos.

O que muda

Veja o que muda de acordo com o Acordo Ortográfico:


Acento diferencial: usado para distinguir palavras iguais com significados diferentes: anteriormente, pêlo e pelo, por exemplo. O acento deixa de existir.

Trema: o acento deixará de existir, com exceção da utilização em nomes próprios.

Novas letras: O alfabeto passará a incorporar as letras K, W e Y.

Acentos em ditongos: acaba o acento nos ditongos 'ei' paroxítonos. Dessa maneira, 'idéia' vira 'ideia'.

Hífen: Quando a segunda palavra começar com S ou R, a letra deve ser duplicada e o hífen removido, como em "contrarregra”. O hífen continua apenas se a primeira palavra acabar em R, como em hiper-realista, ou quando última letra da primeira palavra e a primeira letra da segunda palavra são as iguais: micro-ondas, em lugar de microondas, por exemplo.

– Quando a primeira palavra termina em vogal e a segunda começa com uma vogal diferente, o hífen também some: auto-estrada vira autoestrada.

Mudanças na grafia: no português lusitano, sumirão as letras “mudas”, que não pronunciadas, como o “C” em acto e o “P” em óptimo.

ACENTOS:
Circunflexo:


- em derivados dos verbos como verbos "dar" e "ler", o acento não será mais utilizado: o correto será "deem" e "leem".
- palavras que terminam com hiato "oo" perdem o acento: vôo vira voo.

Agudo:- o acento desaparece em ditongos abertos (ei,oi), em palavras como jibóia e idéia.
- quando em paroxítonas o "i" e "u" tônicos vierem precedidos de ditongo, como "feiúra", o acento é removido.

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